Reabram a <i>Sorefame</i>!
Cinco anos depois de anunciado o encerramento da Bombardier, a luta dos trabalhadores conseguiu todos os objectivos, faltando apenas a construção de material ferroviário. Anteontem, Jerónimo de Sousa desafiou o Governo a dar este passo.
Quem não luta tem certa a derrota
No âmbito da campanha «Sim, é possível uma vida melhor», o secretário-geral do PCP participou ontem numa iniciativa da Comissão Concelhia da Amadora do Partido, que reuniu actuais e antigos trabalhadores e outros camaradas, junto à portaria das instalações da histórica fábrica, na Venda Nova, que continua a ser chamada de Sorefame, apesar de alienações a multinacionais lhe terem alterado a designação oficial (ABB, primeiro, e Bombardier, depois).
Com o anúncio feito a 17 de Março de 2004, os trabalhadores deram início a uma dura batalha, para defender a empresa (e a zona industrial), os postos de trabalho e o fabrico nacional de material circulante ferroviário – recorda a Concelhia comunista, num comunicado à população. A multinacional teve a complacência do Governo PSD/CDS-PP, mas a unidade e combatividade dos trabalhadores, com o apoio do movimento sindical unitário e a solidariedade activa do PCP (e até o apoio do presidente da Câmara da Amadora, que mudou a sua postura oportunista logo que o PS foi para o Governo) levaram o Governo a assumir compromissos: reintegrar todos os que estavam abrangidos pelo despedimento colectivo e reabrir a empresa, logo que estivessem criadas condições (não definidas). Com a mudança de Governo, a postura do PS mudou e a luta prosseguiu. Além de outras acções, foi necessária uma vigília de vários dias e noites à porta do Ministério de Mário Lino.
Os cerca de 50 trabalhadores foram reintegrados em várias empresas (CP, Metropolitano, EMEF) e desde 30 de Janeiro a empresa de manutenção do Grupo CP mudou para a Venda Nova a administração, havendo perspectivas de as oficinas começarem a trabalhar ainda este ano.
É possível!
Ao primeiro-ministro, que frequentemente repete que os comunistas nunca têm propostas concretas, Jerónimo de Sousa deixou mais uma: reabra-se a Sorefame, quer pela repercussão social de tal decisão, quer numa perspectiva económica e de desenvolvimento do País tanto precisa. O secretário-geral do PCP notou que, para o anunciado TGV, os carris não serão feitos em Portugal, porque fechou a Siderurgia Nacional, e o material circulante terá de vir do estrangeiro.
Sem esperanças em que o Governo ouça tal proposta, o dirigente comunista declarou-se convicto que de a palavra de ordem «Sim, é possível!» também se aplica neste caso. Retomar a produção de comboios na Amadora é necessário, é exequível e é possível, «com a vontade dos homens e com uma política virada para a defesa do aparelho produtivo nacional».
António Tremoço, que foi trabalhador da Sorefame e dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos, e que faz parte Concelhia do PCP, apontou também os projectos futuros do Metro do Porto, do Metro do Mondego e da CP, desafiando o primeiro-ministro e o ministro dos Transportes a explicarem publicamente onde vão construir o material ferroviário. «Vamos continuar a luta e honrar a antiga Sorefame e voltar a fabricar material ferroviário na Amadora», apelou, acentuando que tal medida permitiria reintegrar ainda cerca de 200 ex-funcionários da empresa que perderam os seus empregos.
Com o anúncio feito a 17 de Março de 2004, os trabalhadores deram início a uma dura batalha, para defender a empresa (e a zona industrial), os postos de trabalho e o fabrico nacional de material circulante ferroviário – recorda a Concelhia comunista, num comunicado à população. A multinacional teve a complacência do Governo PSD/CDS-PP, mas a unidade e combatividade dos trabalhadores, com o apoio do movimento sindical unitário e a solidariedade activa do PCP (e até o apoio do presidente da Câmara da Amadora, que mudou a sua postura oportunista logo que o PS foi para o Governo) levaram o Governo a assumir compromissos: reintegrar todos os que estavam abrangidos pelo despedimento colectivo e reabrir a empresa, logo que estivessem criadas condições (não definidas). Com a mudança de Governo, a postura do PS mudou e a luta prosseguiu. Além de outras acções, foi necessária uma vigília de vários dias e noites à porta do Ministério de Mário Lino.
Os cerca de 50 trabalhadores foram reintegrados em várias empresas (CP, Metropolitano, EMEF) e desde 30 de Janeiro a empresa de manutenção do Grupo CP mudou para a Venda Nova a administração, havendo perspectivas de as oficinas começarem a trabalhar ainda este ano.
É possível!
Ao primeiro-ministro, que frequentemente repete que os comunistas nunca têm propostas concretas, Jerónimo de Sousa deixou mais uma: reabra-se a Sorefame, quer pela repercussão social de tal decisão, quer numa perspectiva económica e de desenvolvimento do País tanto precisa. O secretário-geral do PCP notou que, para o anunciado TGV, os carris não serão feitos em Portugal, porque fechou a Siderurgia Nacional, e o material circulante terá de vir do estrangeiro.
Sem esperanças em que o Governo ouça tal proposta, o dirigente comunista declarou-se convicto que de a palavra de ordem «Sim, é possível!» também se aplica neste caso. Retomar a produção de comboios na Amadora é necessário, é exequível e é possível, «com a vontade dos homens e com uma política virada para a defesa do aparelho produtivo nacional».
António Tremoço, que foi trabalhador da Sorefame e dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos, e que faz parte Concelhia do PCP, apontou também os projectos futuros do Metro do Porto, do Metro do Mondego e da CP, desafiando o primeiro-ministro e o ministro dos Transportes a explicarem publicamente onde vão construir o material ferroviário. «Vamos continuar a luta e honrar a antiga Sorefame e voltar a fabricar material ferroviário na Amadora», apelou, acentuando que tal medida permitiria reintegrar ainda cerca de 200 ex-funcionários da empresa que perderam os seus empregos.